Sempre em busca de alternativas que possam gerar renda para a comunidade e contribuir com o meio ambiente, a Fundação Pedro Paes Mendonça monitorou e apoiou a construção do primeiro biodigestor da região. A implantação do equipamento foi realizada na propriedade do agricultor José Oliveira, no povoado Ouricuri, localizado no entorno da Serra do Machado. O projeto e execução do biodigestor teve à frente o zootecnista José Eduardo Matos e o consultor e responsável técnico Flávio Bispo.
A ideia da construção do biodigestor surgiu do próprio pecuarista, que conheceu o método através de um programa de TV direcionado ao homem do campo. Criador de porcos e galinhas, Jorginho – como é conhecido na região – sonhava com a construção do equipamento, que poderia trazer grandes vantagens para o meio ambiente e impulsionar ainda mais o seu negócio. “Sempre tive vontade de construir um biodigestor aqui na propriedade, pois sabia que, além de diminuir o mau cheiro dos dejetos dos animais, evitar as moscas e a contaminação do solo e do lençol freático, eu conseguiria economizar gás”, conta.
Técnica
“De maneira geral, o biodigestor é um equipamento simples, utilizado para gerar gás e adubo a partir do reaproveitamento de detritos. Esse biodigestor que implantamos nesta propriedade será alimentado com esterco suíno, já que o proprietário é criador de porcos. Mas o aparelho também funciona à base de dejetos do gado e de até de galinhas.”, explica José Eduardo. Segundo o zootecnista, cada equipamento tem uma capacidade de produção de gás distinta, a depender do dejeto utilizado. “O esterco bovino é o que produz mais metano, mas o suíno também fornece um resultado bastante positivo para o investidor.” ressalta.
“O funcionamento de um biodigestor também é muito simples! Construímos um tanque de concreto, com placas como se fossem tijolos. Esse biodigestor tem um reservatório – com capacidade para 5 mil litros – e o domo, que é o gasômetro, onde o gás será armazenado. Dentro do aparelho, as fezes irão entrar em decomposição por conta de bactérias que não dependem de oxigênio. As bactérias agem sobre a matéria orgânica e irão produzir metano, que poderá ser usado como gás de cozinha ou para gerar energia elétrica. Além disso, o processo também irá produzir o biofertilizante, que substitui os fertilizantes químicos e defensivos agrícolas”, detalha o consultor, José Flávio.